sexta-feira, 8 de junho de 2007

Aprender a fingir


No palco da vida
temos um papel
a desempenhar

Dão-nos à partida
o nosso batel
pronto a navegar

O que podemos fazer
depende da idade
e do que é de “bom tom”
para a sociedade

Não é de bom tom
sentar-se no chão,
deitar-se na relva
nem comer com a mão.

Ou andar pela rua
a cantar à lua
e em passo de dança,
se não és criança.

Se esquecemos as deixas
e recusamos as cenas
começam as queixas
e as nossas penas

Já não temos papel
para representar
nem o nosso batel
pronto a navegar

Tiram-nos o barco,
olham-nos de lado,
caímos ao charco.

Temos que sair
a nado e fugir
Ou aprender a fingir.

2 comentários:

Ivone disse...

beijinhos para ti

laura disse...

Ou simplesmente ignorar e viver... crescemos com a necessidade de fingir, o desafio é aprender a não fingir!...é tão bom brincar na relva, cantar no meio de uma praça ou dançar no meio da estrada!... a pouco e pouco sinto-me mais livre, tenho aprendido a ser "eu":)*